terça-feira, 30 de dezembro de 2008

CNJ E STF LANÇAM CAMPANHA PARA REINSERÇÃO DE PRESOS NO MERCADO DE TRABALHO


O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF) lançam, nesta segunda-feira (29), o programa "Começar de Novo", que busca sensibilizar a população para a necessidade de reinserir, no mercado de trabalho e na sociedade, presos que já cumpriram suas penas. Emissoras de rádio e TV de todo o país divulgam gratuitamente, a partir de hoje, a campanha institucional do projeto, que permanecerá no ar por dois meses.
A iniciativa, conduzida pelo CNJ, reúne uma série de medidas para dar mais efetividade às leis de execução penal e mudar a realidade da situação prisional no país. As ações incluem a realização de mutirões carcerários para avaliar a situação de presos em relação ao cumprimento da pena, e convênios com entidades como Sesi, Senai e Fiesp, para possibilitar o treinamento e a capacitação dos presos, visando à recolocação profissional.
Os mutirões reúnem juízes, representantes do Ministério Público, da Defensoria Pública e servidores de tribunais, que analisam diversos processos a fim de proporcionar aos presos a progressão de regime de cumprimento de pena ou mesmo a soltura, quando cumprida a pena. Esse trabalho, já realizado pelo CNJ nos estados do Rio de Janeiro, Piauí, Pará e Maranhão, propiciou a liberdade de mais de mil presos. “Isso significa mais ou menos a população de três presídios de médio porte, verificando, portanto, pessoas que estavam presas em situação irregular”, ressalta o presidente do Conselho e do STF, ministro Gilmar Mendes.
No âmbito do programa, também está prevista a criação do sistema "Bolsa de Vagas", para centralizar no CNJ a oferta de postos de trabalho por parte de empresas que se disponham a engajar-se no projeto. O Conselho Nacional de Justiça encaminhará as informações sobre as vagas disponíveis às Varas de Execução Criminal existentes nos estados.
Reinserção
Para dar o exemplo, a Corte Suprema assinou, neste mês, um convênio com o governo do Distrito Federal em que se propõe a receber, a partir de 2009, 40 pessoas sentenciadas, egressas de prisões. Os sentenciados trabalharão de seis a oito horas dando apoio administrativo ao Tribunal, por até um ano cada. Pelo serviço ganharão de R$ 550 a R$ 650, vale transporte e auxílio alimentação. Os candidatos à ressocialização necessariamente deverão estar cumprindo pena em regime semi-aberto, condicional ou domiciliar.
Recomendação
Também para incentivar a participação de outros órgãos em iniciativas semelhantes, o CNJ aprovou a Recomendação nº 21, sugerindo que os tribunais mobilizem-se em ações de recuperação social de presos, alertando para a necessidade de medidas concretas de capacitação profissional aos egressos do sistema prisional. O documento prevê o aproveitamento de mão-de-obra para serviços de apoio administrativo, no Poder Judiciário, por meio de convênios com as secretarias de Estado, responsáveis pela administração carcerária, como foi feito no STF.
Campanha
Produzido pela Fundação Padre Anchieta e veiculado gratuitamente pelas emissoras, o material da campanha de divulgação do “Começar de Novo” - dois filmetes e um spot para rádio de 30 segundos cada - mostra a necessidade de deixar de lado o preconceito. “Dê uma segunda chance para quem já pagou pelo que fez. Ignorar é fácil, ajudar é humano” é a mensagem de uma das peças.
A outra retrata a saída da prisão de um personagem, Marcos, após cumprir a pena, e lança um desafio: “O projeto 'Começar de Novo', do CNJ, está dando liberdade para muitos brasileiros, como o Marcos. E você, vai atirar a primeira pedra ou vai ajudar?”
A campanha institucional pode ser veiculada pelas emissoras de rádio e televisão interessadas em apoiar o programa. As peças estão disponíveis para download no site do CNJ.Hoje o Brasil possui aproximadamente 440 mil presos.

EH/AM

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

TRIBUNAL DE JUSTIÇA VAI SELECIONAR ESTAGIÁRIOS DE DIREITO

Foram definidas as regras do novo teste seletivo para contratação de estagiários de Direito para o Tribunal de Justiça do Piauí. O teste será realizado pela OAB-PI, no início do mês de março de 2009. As inscrições ficarão abertas no período de 2 a 20 de fevereiro de 2009, na sede da OAB, em Teresina. O acordo entre o Tribunal de Justiça, os representantes dos cursos de Direito de faculdades do Piauí e a OAB, definiu que serão 50 vagas, que podem ser disputadas por estudantes de Direito, regularmente matriculados entre o 6º e 9º períodos. A remuneração será de R$ 380,00 mais o auxílio transporte. A taxa de inscrição para o teste seletivo será de R$ 20,00. Estudantes inscritos no Prouni serão isentos do pagamento, assim como aqueles de universidades públicas e que comprovem que são advindos de escolas públicas.
A reunião foi presidida pelo desembargador Raimundo Nonato da Costa Alencar e teve a participação do advogado Nelson Figueiredo, representando a Ordem dos Advogados. Demonstraram interesse pelo concurso e também participaram da reunião, representantes das seguintes faculdades e universidades: Cesvale, Novafapi, Instituto Camilo Filho, Facid, FAP, Ceut, Unesc e Uespi. A Universidade Federal do Piauí justificou a ausência.
O edital do teste seletivo será divulgado no mês de janeiro.
Constarão no programa conhecimentos gerais (Língua Portuguesa, Noções Básicas de Informática e Ética e Cidadania) e conhecimentos específicos (Direito Constitucional, Penal, Civil, Processo Civil e Penal). O Tribunal de Justiça do Piauí deve contratar os aprovados já no início do mês de março de 2009.

TJ TOCANTINS ABRE VAGAS PARA TODOS OS NÍVEIS


O Tribunal de Justiça do Tocantins lançou edital de concurso público com 187 vagas em todos os níveis de escolaridade. Os salários chegam a R$ 2.617,12 - clique para ver os editais.
As inscrições podem ser realizadas nos postos de atendimento da organizadora do concurso, a Universa, entre os dias 5 e 16 de janeiro de 2009 ou pela internet até 18 de janeiro no site http://www.universa.org.br/. Para serviços notariais e de registro são 114 vagas e é exigido diploma de bacharel em direito. A taxa de inscrição custa R$ 100. Há 49 vagas de níveis fundamental e médio com salários que variam entre R$ 592,43 a 1.979,01. Os cargos são auxiliar de serviços gerais, auxiliar administrativo, assistente técnico, técnico judiciário e modorista. Para os cargos de nível fundamental, a taxa custa R$ 40. Para os de nível médio, R$ 50. São 24 vagas de nível superior com salários de R$ 1.979,01 a R$ 2.617,12. Os cargos são analista técnico, analista judiciário, escrivão e oficial de justiça. As taxas são R$ 70. Os cadastrados em programas sociais do governo federal podem pedir isenção da taxa de inscrição. As provas estão previstas para serem realizadas em 1º de março de 2009.

domingo, 28 de dezembro de 2008

APROVADOS 217 CANDITADOS NA PRIMEIRA ETAPA DE CONCORRÊNCIA A MAGISTRATURA MARANHENSE


O Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão (TRT-MA) divulgou nesta quarta-feira (24/12) o resultado da primeira etapa do VI Concurso Público para Provimento de Cargo de Juiz do Trabalho Substituto. Foram aprovados 217 candidatos. A segunda prova (subjetiva) está marcada para o dia 3 de janeiro de 2009 e a prova de sentença, no dia seguinte (4/01). A última etapa ocorrerá em fevereiro, nos dias 12 e 13.
O concurso é destinado ao preenchimento de seis cargos vagos, bem como para formação de cadastro de reserva dos que vierem a vagar ou que venham a ser criados durante a validade do concurso.Inscreveram-se 768 candidatos e na primeira etapa, realizada no último final de semana (21 e 22), no Uniceuma - Campus da Cohama, em São Luís, faltaram às provas 261 inscritos. A nota de corte para aprovação na primeira etapa foi 52. A relação com os nomes e notas dos aprovados pode ser acessada no endereço eletrônico www.trt16.gov.br/concurso. No site, os candidatos poderão acompanhar todas as informações referentes ao concurso.
Fonte: Assessoria de Comunicação do TRT MA -16ª região

sábado, 27 de dezembro de 2008

DONA JUSTIÇA ME VENDA UM POUCO DE CELERIDADE!

Não é de hoje que a grande maioria da sociedade, representada, sobretudo, pelos seus segmentos mais pobres e necessitados, reclama, com inegável razão, da morosidade da Justiça. Na realidade, conhecemos todos, direta ou indiretamente, a lentidão com que o Poder Judiciário, no Brasil, tem apreciado e julgado, em todos os ramos de suas atividades, as ações e os processos de sua responsabilidade e competência. Com isso, não há dúvida, são acarretados os mais elevados e, até mesmo, irreparáveis danos e prejuízos aos cidadãos e jurisdicionados, mormente, repetimos, aos mais humildes e carentes. Prova disso é que, a título de simples ilustração, não podemos deixar de ressaltar, por oportuno, que alguns dos nossos constituintes, somente agora, depois de decorridos mais de vinte anos, estão recebendo, ainda assim, parceladamente, os seus respectivos créditos, na Justiça do Trabalho, créditos esses que, por serem considerados alimentícios, pela legislação específica, são tidos como privilegiados e prioritários, para efeito de pagamento!!!
Dissemos alguns clientes, porque vários deles, em decorrência mesmo da excessiva demora no julgamento e conclusão de seus processos, faleceram antes do início do aludido pagamento, estando representados, atualmente, pelos respectivos cônjuges, filhos e outros herdeiros ou sucessores.
Não desconhecemos, como advogado, que diversas são as causas e múltiplos os fatores que concorrem e determinam a indiscutível morosidade da Justiça, dentre os quais, não podemos deixar de destacar as legislações obsoletas e ultrapassadas, que abrigam formalidades desnecessárias e uma série infindável de recursos; o elevadíssimo, e de todo injustificável, índice de litigiosidade do Poder Público; e, além de tudo, a antiga e crônica falta de recursos financeiros do Poder Judiciário, que impede e/ou dificulta o aumento do número de Julgadores e de serventuários, assim como o indispensável aparelhamento e a urgente modernização de seus serviços essenciais.
Resolvemos escrever este artigo, depois que acabamos de ler, pela imprensa local, que o Governador Wellington Dias está muito preocupado com o grande número de presos, alguns de elevada periculosidade, que veio a ser solto, em decorrência de recente mutirão penitenciário, realizado pelo Tribunal de Justiça do Estado, em parceria com o Conselho Nacional de Justiça. Compreendemos, perfeitamente, e até comungamos com a aludida preocupação do Governador, mas não podemos deixar de reconhecer que a soltura de tais presos, somente ocorreu porque as respectivas prisões estavam ilegais e irregulares, por conta mesmo da morosidade da Justiça; o que, diga-se de passagem, também se verificou em outros Estados da Federação, notadamente, no Maranhão, no Pará e no Rio de Janeiro.
Demais disso, releva observar e destacar, já agora, que, ao determinar a liberdade de tais presos, o Poder Judiciário nada mais fez do que dar efetivo cumprimento ao disposto, dentre outros, nos incisos LXV, LXVI e LXXV, do art. 5º, da vigente Carta da República.
E o Poder Judiciário, convenhamos, não pode e nem deve deixar de obedecer à Constituição Federal, sobretudo, no Estado Democrático de Direito em que vivemos.
De efeito, o que não pode mais continuar acontecendo, no Brasil, é o Poder Executivo, lamentavelmente, um dos maiores litigantes do País, insistir – para a manutenção de interesses discutíveis e até de inaceitáveis privilégios – em abarrotar as pautas do Poder Judiciário, em detrimento da efetivação dos mais legítimos direitos e interesses dos brasileiros mais necessitados.
Ademais, não é admissível, e menos ainda se justifica, que, no Piauí, o judiciário Estadual não disponha de condições financeiras, sequer, para criar e fazer funcionar as Varas indispensáveis aos serviços forenses desta Capital, bem assim para admitir e manter, pelo menos, um Juiz de Direito, em cada uma das Comarcas do Estado.
Cumpre ficar registrado, outrossim, que a Justiça Federal, em nosso Estado, conta com, apenas, três Juízes, lotados na 6ª Vara, que constitui o Juizado Especial Federal, para apreciar e julgar nada menos de cinqüenta mil processos.
Por tudo isso, e muito mais que não pôde ser dito, nas limitações deste artigo, já está passando da hora de o Poder Executivo, como o dono da Chave do Cofre, passar a investir não na morosidade, mas, sim, na agilidade do Poder Judiciário, propiciando-lhe os recursos financeiros indispensáveis à modernização, eficiência e conseqüente melhoria dos serviços essenciais da Justiça. Afinal de contas, não se pode dar o que não se tem, e nunca será demais repetir a clarividente lição do insigne Rui Barbosa, na sempre atual Oração aos Moços: “Mas justiça atrasada não é justiça, senão injustiça qualificada e manifesta”.
João Pedro Ayrimoraes Soares - Advogado

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

ELES AINDA INSISTEM EM SE BENEFICIAR DO NEPOTISMO!


O ministro Eros Grau é o relator da Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 159) ajuizada no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a Lei municipal 4.082/2008, de Botucatu (SP), que considera nepotismo a contratação de parentes para cargos políticos – como o de secretário municipal. Para o PPS, autor da ação, a lei desrespeita preceitos fundamentais e a própria Súmula Vinculante nº 13, do STF, que regulamenta a mesmo tema.
Isso porque, de acordo com o PPS, a lei municipal é mais ampla do que a súmula do Supremo, não fazendo a necessária distinção entre agente político e agente público. O verbete da Corte Suprema não estende seus efeitos aos cargos de secretários municipais, agentes políticos que, pela própria natureza do cargo, estritamente sujeitos à confiança, devem contemplar exceções, afirma a legenda. E, nesse sentido, a própria Constituição de 1988, em seu artigo 84, diz que compete privativamente ao presidente da República nomear e exonerar os ministros de Estado, arremata.
Precedentes
A inexistência de proibição de contratação de parentes para cargos políticos foi reconhecida pelo Supremo em dois importantes precedentes, alega o PPS. Um envolvendo o governador do Paraná, Roberto Requião (RCL 6650), e outro relativo ao município de Água Nova, no Rio Grande do Norte (RE 579951), um dos casos que deu origem à edição da súmula do nepotismo.
O pedido da legenda é para que seja reconhecida a possibilidade de nomeação de agentes políticos, independente do grau de parentesco, conforme o disposto nos artigos 37 e 84 da Constituição Federal e na Súmula Vinculante nº 13.
MB/EH

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

CNJ LANÇA O MELHOR PORTAL DA JUSTIÇA BRASILEIRA!


Facilidade de navegação, informações durante as sessões plenárias em tempo real e as principais ações do Conselho que podem ser localizadas por tema são alguns dos benefícios do portal eletrônico que o Conselho Nacional de Justiça (www.cnj.jus.br) lança na noite desta sexta-feira (19/12). Ao substituir com vantagens o site que esteve no ar desde a criação do CNJ em 2005, o portal traz maior funcionalidade e reúne conteúdos variados, como o acesso à legislação do Judiciário. A mudança no espaço eletrônico do Conselho também resolve o “labirinto” que era enfrentado pelo internauta para encontrar algumas informações.
No menu principal, estão disponíveis conteúdos até o terceiro nível. À direita da página principal, ficam acessíveis as informações sobre o plenário, como pautas das sessões, acompanhamento processual e resoluções. Outro grande avanço no portal é a exposição das obrigações constitucionais do CNJ no menu denominado “superior”. As ações do Conselho estão organizadas por tema de atuação e disponíveis através de links que mostram os princípios e atribuições do Conselho Nacional de Justiça previstas na Constituição Federal.Com o objetivo de facilitar a entrada do internauta no universo da Justiça na web, o portal contém uma série de informações e serviços sobre o Judiciário. Por exemplo, os links com os endereços eletrônicos do Judiciário e o acervo com soluções tecnológicas de diversos tribunais. Os links para os sistemas eletrônicos como cadastros ( Improbidade Administrativa, Interceptações Telefônicas etc), além do E-CNJ e outros, acessíveis anteriormente na Área Restrita, passam a ficar disponíveis na área “Intranet do Judiciário” no menu principal.
Transparência - Para o conselheiro Antonio Umberto, também membro do comitê, “o portal do Conselho é o primeiro passo para o desenvolvimento de um Judiciário eletrônico onde, por exemplo, o cidadão poderá entrar com um processo no CNJ pela internet”. A partir de agora, o internauta que acompanhar as sessões plenárias do Conselho terá informações on line sobre os julgamentos. Ou seja, os processos que foram adiados, retirados de pauta, julgados e o caso que está sendo analisado naquele instante. A primeira sessão de 2009 prevista para o próximo 27 de janeiro será transmitida com essas informações pelo portal do CNJ, link TV Plenário, cujo acesso também é feito no portal. A funcionalidade resolverá o grande número de demandas, vinda de todo país durante a sessão plenária, e nos dias seguintes, sobre o julgamento dos processos previstos em pauta. A sessão plenária também pode ser acompanhada pela Rádio Justiça (104,7 FM) que no último dia 16, passou a transmitir ao vivo os debates dos conselheiros. O internauta poderá acompanhar o trabalho realizado pelo CNJ e pelo Poder Judiciário no programa Gestão Legal, produzido pela Assessoria de Comunicação do CNJ e veiculado pela Rádio Justiça. A íntegra dos programas pode ser conferida no link Agência CNJ/ Rádio CNJ. O usuário também pode fazer a assinatura do boletim eletrônico diário que contém as notícias publicadas na Agência CNJ.
Próximas etapas - A formatação dos conteúdos internos e o link “Encontre a Justiça mais próxima” estarão disponíveis já no próximo mês. Através do link, o cidadão poderá conhecer todas as varas de primeira instância do país. Já a busca específica para cada conteúdo do site e a jurisprudência do CNJ, que atualmente está disponível apenas em livro e em CD-ROM, também serão contemplados em fevereiro. Outra inovação prevista para fevereiro são mecanismos de acessibilidade previstos na cartilha E-MAG (Modelo de Acessibilidade do Governo) para facilitar a navegação de portadores de deficiência física.
PV/SR
Agência CNJ de Notícias

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

OPORTUNIDADE DE ESTÁGIO NO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PIAUÍ - PROVA SERÁ EM FEVEREIRO CONFIRA!



Foram definidas nesta segunda-feira (22) as regras do novo teste seletivo para contratação de estagiários de direito para o Tribunal de Justiça do Piauí. O teste será realizado pela OAB-PI, no início do mês de março de 2009. As inscrições ficarão abertas no período de 02 a 20 de fevereiro de 2009, na sede da OAB, em Teresina.
O acordo entre o Tribunal de Justiça, os representantes dos cursos de direito de faculdades do Piauí e a OAB, definiu que serão 50 vagas, que podem ser disputadas por estudantes de direito, regularmente matriculados entre o 6º e 9º períodos. A remuneração será de R$ 380,00 mais o auxílio transporte. A taxa de inscrição para o teste seletivo será de R$20,00. Estudantes inscritos no Prouni serão isentos do pagamento, assim como aqueles de universidades públicas e que comprovem que são advindos de escolas públicas.
A reunião foi presidida pelo desembargador Raimundo Nonato da Costa Alencar e teve a participação do advogado Nelson Figueiredo, representando a Ordem dos Advogados. Demonstraram interesse pelo concurso e também participaram da reunião, representantes das seguintes faculdades e universidades: Cesvale, Novafapi, Instituto Camilo Filho, Facid, FAP, Ceut, Unesc e Uespi. A Universidade Federal do Piauí justificou a ausência.
O edital do teste seletivo será divulgado no mês de janeiro. Constarão no programa conhecimentos gerais (Língua Portuguesa, Noções Básicas de Informática e Ética e Cidadania) e conhecimentos específicos( Direito Constitucional, Penal, Civil, Processo Civil e Penal).
O Tribunal de Justiça do Piauí deve contratar os aprovados já no início do mês de março de 2009.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

JUSTIÇA ARQUIVA DENÚNCIAS CONTRA JUIZ DO TRABALHO NO PIAUÍ


O Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília (DF), decidiu por unanimidade determinar o arquivamento, por falta de provas, do inquérito instaurado para apurar denúncias de supostos crimes de constrangimento ilegal, ameaça e extorsão feitas pelo empresário Ronald dos Santos Monte contra o juiz federal do Trabalho, Paulo Santos Rocha.
O empresário Ronald dos Santos Monte apresentou uma notícia crime contra o juiz federal Paulo Santos Rocha e, por força dessa representação, foi instaurado um inquérito para apurar a existência dos supostos crimes elencados no documento. O procedimento teve como relator o desembargador federal João Batista Moreira.

Em reunião realizada no dia 18, último, quinta-feira, a corte decidiu pelo arquivamento do feito, pois o representante do Ministério Público Federal, o procurador da República, Carlos Vilhena, admitindo argumentação do advogado Hélder Câmara Cruz Lustosa, emitiu parecer favorável ao arquivamento, sendo seguido - na votação - pelo desembargador João Batista Moreira e demais integrantes da corte. Ao fazer a defesa, o advogado Hélder Câmara argumentou que as provas ali constantes eram ilícitas porque não haviam sido autorizadas pela Justiça e a total ausência de provas quanto aos supostos crimes citados pelo denunciante, diante disso, ele solicitou o arquivamento do procedimento, no que foi atendido.

domingo, 21 de dezembro de 2008

GILMAR MENDES FAZ RETROSPECTIVA DAS AÇÕES DO STF NESSE ANO


Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (19), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, deu dois exemplos para mostrar os resultados positivos alcançados este ano pelo órgão de cúpula do Poder Judiciário brasileiro. Primeiro, o ministro revelou que já houve uma sensível redução no número de processos que chegaram à Corte em 2008, principalmente em razão da ampla utilização dos novos institutos como a repercussão geral e a súmula vinculante.
O segundo exemplo citado por Gilmar Mendes referiu-se aos mutirões realizados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que conseguiram colocaram em liberdade mais de mil presos em situação irregular, apenas nos estados do Rio de Janeiro, Maranhão, Pará e Piauí. “Isso significa mais ou menos a população de três presídios de médio porte”, frisou o presidente.
O ministro falou ainda sobre o excesso na edição de Medidas Provisórias, a Proposta de Emenda Constitucional que aumenta o número de cadeiras de vereadores nos municípios brasileiros, a demarcação da área indígena Raposa Serra do Sol, interceptações telefônicas, e a diminuição do que ele chamou de “espetacularização” das operações da Polícia Federal, entre outros temas da atualidade, questionados pelos jornalistas.
Leia a íntegra da entrevista.
Ministro Gilmar Mendes: Trago as notícias do relatório. Este foi um ano bastante profícuo para o Supremo Tribunal Federal no que concerne à aplicação dos novos institutos. Basta ver essa redução significativa na distribuição de processos, a racionalização das atividades da Corte com a Repercussão Geral e a Súmula Vinculante. Também no que concerne ao CNJ, tivemos uma atividade bastante profícua, bastante intensa e efetiva, inclusive no que concerne à atividade hoje crítica no Brasil como a questão penitenciária. O CNJ, os mutirões do CNJ, propiciaram a liberdade de mais de mil presos nesse curto período no estado do Rio, Piauí, Pará e Maranhão. Isso significa mais ou menos a população de três presídios de médio porte, verificando, portanto, pessoas que estão em situação irregular, que estavam presas em situação irregular. E esse trabalho vai ter curso no ano que vem, mas acompanhado de um esforço de informatização das varas de execução criminal e acompanhado também de um esforço de melhoria da assistência judiciária. Nós aprimoramos a técnica de julgamento no que concerne às declarações de inconstitucionalidade, especialmente ADI e ADC e também ao recurso extraordinário, mas também estamos fazendo modulação de efeito, sentenças aditivas. Ainda ontem o Senado Federal aprovou a emenda constitucional que trata dos municípios, àqueles municípios que tinham sido criados irregularmente e que tinham sido objeto de uma decisão do Supremo Tribunal Federal – acho que uma decisão criativa em sede de ADI e de ação direta por omissão, porque acabou havendo uma combinação desses dois casos.
Havia aquela expectativa sobre o que aconteceria se o Congresso não cumprisse aquele apelo e aquele prazo pré-fixado pelo Supremo que se venceria em maio de 2009. E, na verdade, não houve esse aspecto negativo esperado, pelo contrário, o Congresso cumpriu de forma antecipada e encaminhou a solução para o grave problema político e jurisdicional.
Questões colocadas pelos jornalistas:
Gostaria de tratar com o senhor exatamente uma questão relativa ao Congresso Nacional. Em 2004, o Supremo, numa decisão inovadora, reduziu o número de vereadores do país. E, este ano, o Congresso aprovou um projeto em sentido contrário. Durante a semana nós pudemos acompanhar uma espécie de troca de recados entre o Supremo e o TSE e integrantes do Congresso. O que está faltando para que se consiga melhorar essa relação com o Legislativo?
Ministro Gilmar Mendes: Na verdade, nós temos aqui um aprendizado institucional permanente. Esse é um tema difícil, conhecido, em que há opiniões divergentes. O que o Supremo Tribunal Federal fixou foi o critério da proporcionalidade em relação à lei. Ao que estou informado agora, o Congresso está fazendo uma revisão, fixando um número de vereadores e praticamente resgatando aquele número existente em 2004. Portanto, é esse o quadro. Não vou emitir juízo, primeiro porque os senhores sabem, introduziu-se uma tensão dialética entre Câmara e Senado tendo em vista a existência ou não de modificação do texto aprovado pela Câmara dos Deputados, que concerne aos limites de dispensas.
Eu tenho a impressão de que nós não podemos fazer um juízo abstrato dessas questões. É preciso que nós analisemos topicamente. Se nós fizermos um balanço dos casos de forma tópica, nós vamos ver que estamos avançando no que concerne a encontrar um modo superante na relação com o Senado e com a Câmara dos Deputados.
Eu mesmo havia planejado fazer uma visita ao presidente Arlindo Chinaglia e o presidente Garibaldi Alves para estabelecer uma forma direta de comunicação e uma forma especial de comunicação no que se concerne à omissão inconstitucional, porque até hoje isso não está bem definido e, nesse caso específico dos municípios, nós tivemos uma certa divergência porque a comunicação foi ao presidente do Congresso, que é o presidente do Senado, e ele não repassou à Câmara. Portanto, houve um certo retardo em relação a isso.
Precisamos, então, aprimorar. Acredito que isso será uma tarefa para 2009 do ponto de vista institucional. Estamos fazendo essa comunicação, porém de forma diferenciada. No caso dos vereadores, ele tem as suas peculiaridades por conta do conteúdo político. Não vou emitir juízo de valor sobre a necessidade ou não do aumento desse número de vereadores e muito menos sobre a questão constitucional subjacente, que é sobre a alteração ou não do texto que foi da Câmara para o Senado na votação ocorrida na Câmara.
O senhor protagonizou, ao longo do ano, debate sobre limites e atribuições institucionais nos Poderes, em muitos momentos com um discurso de afirmação da autoridade da Corte. O que eu gostaria de saber é se essa é uma marca da sua gestão que tende a continuar em 2009, a despeito de críticas que suscita, aqui e acolá, em alguns setores.
Gilmar Mendes: Bom, por definição, e eu tenho tentando traduzir esse pensamento: jurisdição constitucional é uma instituição antimajoritária. Quem melhor formulou isso foi Hanz Kelsen, em um texto de 1928. Muitas vezes a Corte Suprema tem que contrariar as expectativas dos jornalistas, das pessoas, dos congressistas, porque, por definição, declara a inconstitucionalidade de leis que foram aprovadas, às vezes, pela unanimidade das pessoas. Então, quem quiser obter aplausos, popularidade, não deve integrar corte constitucional. Há outros caminhos.
Então, nós temos que conviver, necessariamente, com críticas. No que concerne a direitos fundamentais, em um dado momento o Brasil passou por uma profunda crise de valores, e por uma profunda crise, inclusive, quanto ao valor das instituições. Quem definia o valor de determinado direito era a justiça ou era a polícia? Nesse sentido, eu não tenho nenhuma dúvida de que, se for necessário, reafirmarei essas posições em 2009, e continuarei reafirmando quando deixar, também, a presidência do Tribunal, como já tinha feito antes, nas decisões que tinha tomado em vários HCs. Portanto, não se tem medo de polêmica, não se tem medo de crítica. Ao revés, isso é normal.
Queria que o senhor fizesse um balanço do impacto da repercussão geral e da súmula vinculante na pauta do Tribunal, se o resultado foi satisfatório no ano de 2008 e se o Supremo pensa novos mecanismos para racionalizar ainda mais a pauta do Tribunal.
Gilmar Mendes: O balanço do relatório que os senhores estão recebendo cópia é expressivo. Está havendo uma redução significativa do número de processos que chegam à Corte. Além disso, nós estamos tendo uma redução significativa do número de processos distribuídos aos ministros. Cerca de 10 mil era a média por gabinete, hoje estamos em torno de 6 mil, nesta nova fase, em 2008. Portanto, isso é significativo e decorre do modelo da repercussão geral e também da providência que se tomou no âmbito do regimento interno para que os processos enviados não fossem distribuídos e ficassem no contexto de uma assessoria especial na Presidência do Tribunal.
A súmula vinculante também vem produzindo significativos efeitos. Inicialmente, antes da minha gestão, quando a ministra Ellen Gracie ocupou a presidência, haviam sido aprovadas três súmulas. Nós, agora, já estamos celebrando a súmula de número 13, portanto aprovamos, em 2008, 10 súmulas, o que é algo significativo. Algumas são muito importantes, embora polêmicas como, por exemplo, a do nepotismo e a das algemas, que produziram significativas mudanças em termos de práticas institucionais. Outras racionalizaram os nossos afazeres, por exemplo, em matéria tributária, quanto à prescrição e decadência. Em suma, avançamos significativamente no que concerne à racionalização das nossas atividades.
Como eu já tinha dito em outras oportunidades, nós tínhamos uma crise numérica e temos ainda um pouco. Esta também é uma crise de racionalidade, em que nós estamos tentando buscar e consolidar o processo de racionalização, fazendo com que o Tribunal continue a se pronunciar sobre os temas mais importantes em questões constitucionais, mas que não tenha que se pronunciar sobre temas repetidos. É esse o esforço.
O recurso extraordinário vai ganhando um caráter pelo menos não exclusivamente subjetivo. Nós temos tido a participação intensa de amicus curiae em muitos casos. Portanto, são mudanças significativas que se estão a operar e nós esperamos consolidar isso em 2009, fazendo com que também o diálogo entre o Supremo Tribunal Federal e as demais cortes se intensifique. Nesse novo mecanismo que decorre da repercussão geral, nós temos uma situação delicada. Aceitamos um caso de repercussão geral e mandamos suspender um dado processo ou montanhas de processos nas instâncias recursais ordinárias. Nós precisamos decidir esses casos num tempo social e politicamente adequado para que os tribunais possam, também, tomar decisões sobre aquelas matérias. Então, tudo isso tem que ser articulado, mas a nossa expectativa é que continuemos nesta redução do número de processo sem redução de efetividade dos pronunciamentos do Supremo Tribunal Federal.
Em relação à chamada jurisdição constitucional penal, também houve uma atuação muito expressiva do Supremo Tribunal Federal. Ações penais julgadas improcedentes: 10. Inquéritos ou denúncias ou queixa recebidas ou recebidas em parte: 43. Inquéritos com denúncia ou queixa rejeitada: 49. Ações e inquéritos na Procuradoria Geral: 83. Ações e inquéritos com baixa em diligência: 17. Aqui eu chamo a atenção para informar que nós temos, agora, um núcleo de acompanhamento desses processos, as ações penais, para evitar esse passeio eterno das cartas de ordem e para que haja um acompanhamento adequado. Então, estamos tendo uma cautela.
Em relação ao habeas corpus, eu gostaria de dizer que é um número expressivo: no ano de 2007, foram 3.232 processos de habeas corpus e, em 2008, 3.213. Se os senhores considerarem, muitos deles acabam esbarrando numa técnica de não conhecimento. Se forem considerados apenas aqueles conhecidos e deferidos ou indeferidos, os senhores têm uma situação muito curiosa: houve 324 concessões em 2008, para 203 em 2007.
Em relação a indeferimento, foram 1.264, em 2007, e 1.295, em 2008. Eu tenho falado muito sobre isso porque é um ponto que sempre se pergunta, portanto, em relação às concessões. Tendo como parâmetro apenas as não concessões, os indeferimentos e não os não conhecimentos, nós temos um índice de deferimento de habeas corpus de 33,17%, em 2007, e, 31,12, em 2008, o que é um índice muito alto, muito significativo. Significa que quase 1/3 dos habeas corpus que foram apreciados, portanto, que tiveram condições de serem apreciados pelas Turmas e pelo Plenário, foram concedidos. Isto depois de nós passarmos, portanto, pela 1ª instância, pelo 2º grau (Tribunal Regional Federal ou Tribunal de Justiça) e pelo STJ.
Eu vou me manter nos HC’s, o senhor deu aqui os números do Supremo, agora a gente vê em alguns casos o Supremo conceder habeas corpus em casos assemelhados em primeira instância, segunda instância, pessoas ficarem presas por um determinado período de tempo por crime que alguns consideram menores. Eu queria saber se do senhor, que já fez críticas ao desrespeito a jurisprudência por juiz de primeiro grau. O que há na Justiça brasileira, há um certo descompasso na concessão de habeas corpus? Eu queria só aproveitar e fazer uma outra pergunta. Que ações, que casos devem ser priorizados no início do ano que vem?
Gilmar Mendes: Bem, que existe descompasso é notório, como os senhores sabem e informações que talvez nós devêssemos investigar. É muito provável que, em muitos casos, o juiz decrete a prisão de alguém com base no pedido feito pela polícia ou pelo Ministério Público e é muito provável que ele mantenha a prisão em flagrante sem as cautelas devidas. Portanto, hoje é preciso observar que, segundo a doutrina, a prisão em flagrante só pode ser mantida se houver, se estiverem presentes os pressupostos da prisão preventiva. Essa é até uma cautela que estamos desenvolvendo no CNJ para que os juízes observem esse pressuposto. Mas muitas vezes o juiz pode referendar apenas o auto de flagrante e aí acabam acontecendo esses casos. Vejam que não é rara a concessão de habeas corpus por conta de furto de um chinelo, de uma fita de vídeo, os chamados crimes insignificantes. Veja, isso concedido no Supremo Tribunal Federal, portanto, depois de termos passado por todas as instâncias.
Então é preciso que nós, talvez seja preciso que nós façamos um esforço, especialmente com as varas criminais e com as câmaras especializadas em questões criminais para que possamos realmente ter uma certa uniformização. Nós podemos depois fazer outras discussões. Às vezes, a própria atuação midiática em determinados casos é responsável porque determinado autor de um crime ou suposto autor de um crime seja mantido na prisão. Às vezes as pessoas não se animam a enfrentar esse tipo de pressão e aí resta ao Supremo a missão de verificar os pressupostos da prisão preventiva. Então nós podemos aqui fazer uma pesquisa, esse é um bom tema não só de análise jornalística, mas também de análise sociológica.
Quanto aos casos para 2009, temos vários importantes. Vamos dar continuidade a Raposa Serra do Sol, espero logo em fevereiro, a questão do monopólio dos Correios, há uma ADPF, a capitalização dos juros, que nós temos que prosseguir, pois tem uma repercussão enorme e há muitos processos esperando, diploma de jornalistas, caso Palocci, que é da minha relatoria, poder de investigação do Ministério Público, quebra de sigilo bancário pela Receita Federal, então os temas que estão hoje pendentes de repercussão geral, 88 questões importantes, alíquota do COFINS, URV, constitucionalidade da Lei Complementar 118/2005 sob o prazo de prescrição para repetição do indébito, portanto, temos aí temas relevantíssimos para 2009, fora aqueles que acabam surgindo e que acabam provocando incidentes institucionais e pronunciamento do Tribunal.
Sobre o Conselho Nacional de Justiça, o senhor falou que os mutirões de carceragem vão continuar no ano que vem. Eu gostaria de saber que outras ações o Conselho Nacional de Justiça deverá desenvolver em 2009, e quais são as perspectivas do CNJ para o ano.
Gilmar Mendes – Os Srs. Já acompanharam as ações do Conselho Nacional de Justiça em 2008. Realmente, nós tivermos muitas atividades muito importantes. Começamos com essa atividade de planejamento e gestão. Pela primeira vez, conseguimos fazer uma reunião de todos os Tribunais para coleta de dados e para análise de situação e esperamos realizar, em fevereiro de 2009, um encontro nacional, em Belo Horizonte, já programado para após os encontros regionais, para que nós possamos fazer uma análise segura e fixar o planejamento para o Judiciário, em termos nacionais. Aqui, nós estamos tendo a oportunidade de um diálogo e de um aprendizado entre todos os órgãos jurisdicionais.
Reputo importante, também, no CNJ, o controle das interceptações telefônicas. Estamos agora afinando, fazendo um trabalho de sintonia fina entre o CNJ e a CPI – estamos, inclusive, em contato com a Anatel – mas os resultados já são auspiciosos. A despeito da contraditoriedade dos números, nós temos a séria confirmação de que houve uma queda do número de pedidos de quebra do sigilo telefônico e uma queda no número de deferimentos.
Então, independentemente das medidas que vão ser tomadas – o governo está discutindo, o Congresso está discutindo a feitura de uma nova lei de interceptação -, nós avançamos aqui, já com esta medida e esta resolução do CNJ.
Tivemos, também, aquela resolução que proíbe o uso, ou que recomenda o não uso de nomes utilizados pela Polícia Federal no âmbito Judicial. Acredito que é uma medida importante, em termos desse modelo da espetacularização de ações da Polícia.
Em relação à gestão documental, também, estamos trabalhando nisto de forma integrada. Estamos avançando e vamos dar continuidade, vamos dar continuidade ao projeto de virtualização dos processos. O desenvolvimento do Projud e a participação no desenvolvimento do Ejud.
Outro feito importante do CNJ, este ano, que vai se projetar para o ano que vem, é a implantação das tabelas processuais unificadas. Isto vai nos permitir, realmente, ter um controle do número de processos e das condições dos processos no Brasil. A partir dessa tabela de assuntos unificados vamos, então, avançar.
A corregedoria do conselho avançou, também, realizando, inclusive, audiências públicas e inspeções. Um daqueles casos foi amplamente noticiado, o caso da Bahia. Recentemente, também foi feita uma inspeção no Maranhão. E veja que essa inspeção e essa audiência pública vêm sendo realizadas a partir dos dados que o próprio Conselho tem no Justiça Aberta e no Justiça em Números.
O caso da Bahia, por exemplo, é emblemático. Se constatou que havia um número elevado de processos conclusos, sem decisão. Isso chamou atenção da Corregedoria e suscitou, então, aquela inspeção na Bahia.
O movimento pela Conciliação vem sendo exitoso. Os senhores já divulgaram os números deste ano: quase 1 bilhão de reais em acordos realizados pelo Movimento de Conciliação, apenas na Semana de Conciliação.
Avançamos no que diz respeito à criação de sistemas de controle, tecnologia da informação, Infojud, o Bacenjud, o Cadastro Nacional de Improbidade Administrativa, esse sistema Hermes para as cartas precatórias, cartas de ordens, documentos, o chamado “malote eletrônico”. E queremos, para o próximo ano, dar seqüência a esse trabalho dos mutirões carcerários, priorizar a virtualização das Varas de Execução Criminal, incentivar o núcleo de advocacia voluntária nos vários estados, ao lado das defensorias públicas que a gente vem incentivando – porque aqui é um tema muito sensível que se presta, como eu já disse, à ação de demagogos que, de quando em vez, vêm falar de Justiça de classe.
Na verdade, nós não temos, no Brasil, justiça de classe. O que nós temos, realmente, é uma assistência judiciária deficiente. Tanto é que – os Srs. que acompanham o Supremo Tribunal Federal, os Srs. viram - o índice de concessão de habeas corpus: 30%. Na maioria, a pessoas anônimas. Então, aquela tentativa maldosa, irresponsável, leviana, de timbrar o tribunal como um tribunal de ricos, é realmente uma atitude leviana, maldosa e irresponsável.
Mas, claro, nós temos grandes carências, especialmente na área de assistência judiciária. Só para os Srs. terem uma idéia do que isso significa: o Brasil tem 5.000 defensores públicos, para tratar de todos os assuntos: família, sucessões, questões do consumidor e outras. Só na área penitenciária, nós temos 400 mil presos, dos quais a maioria - 96 % ou 97% - réus pobres. Logo, ainda que se multiplique por 10 o número de defensores, nós vamos ter insuficiência nessa área. E a necessidade é ter um pensamento alternativo. Por isso que nós estamos trabalhando – como a Justiça já vem fazendo nos juizados especiais – em expandir esse modelo, estimulando a advocacia voluntária, com responsabilidade, com regras, mas para atender a essa questão, que diz tão de perto com os direitos humanos.
Estamos, já, começando com um núcleo experimental de advocacia voluntária no Maranhão, na penitenciária de Pedrinhas.
O Cadastro de Adoção vem dando resultados expressivos. Uma idéia simples, em que o conselho tem um banco de dados que possibilita aos eventuais adotantes encontrarem os eventuais adotados. E isso vem produzindo resultados expressivos. Em vários estados nós já temos números que nos animam.
Estamos trabalhando no programa Nossas Crianças, uma série de programas em favor das crianças e adolescentes. Vamos dar continuidade, no ano que vem, ao programa lançado este ano - muitos dos Srs. viram -, o Programa Casas de Justiça e Cidadania. Aqui, a idéia básica e ter um espaço de encontro do Judiciário com a sociedade. Usar os nossos espaços eventualmente ociosos, os momentos eventualmente ociosos para que nós possamos dar cursos, fornecer informações, treinar pessoas para fazer conciliação, mediação, formas alternativas de solução de conflitos, ter centros de informações nesses locais. E nós inauguramos dois desses centros, este ano, em Montes Claros e Teresina, este especialmente bem instalado, com atividades sociais significativas.
Combate ao subregistro civil - é outro trabalho que o Conselho vem desenvolvendo. Então, aqui os Srs. têm várias atividade que já foram iniciadas este ano e terão continuidade assegurada para o próximo ano.
Claro, vamos continuar a atuar nesta questão da eficiência, da transparência do Poder Judiciário, combate ao nepotismo, combate à corrupção, atividades também importantes desenvolvidas pelo Conselho.
O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, fez um balanço também das atividades da Câmara e comentou que incomodava muito quando o Poder Legislativo não tomava as decisões que precisava tomar e quando o Poder Judiciário legislava avançando numa competência que, segundo ele, é do Congresso Nacional. Ele até citou que o Judiciário também, às vezes, demora para tomar as decisões e que nem por isso os parlamentares podiam fazer justiça. O senhor acha que esse ano pode servir de reflexão para os dois poderes?
Gilmar Mendes - Creio que todos nós estamos sempre reflexivos. A verdade é que nós temos tido um diálogo em alto nível não só com presidente da Câmara, mas com o presidente do Senado e também com o presidente da República. Nós estamos tratando de resolver um ponto que é bastante sensível nessa relação que é a questão da omissão inconstitucional. Como fazer a comunicação e como fazer as duas Casas a ter o procedimento especial para atender aquilo que nós chamados agora de inconstitucional? Nós estamos buscando formas e modos que em determinados casos nós assumimos uma função regulatória, nas avançadas exigências constitucionais. Os senhores mesmo noticiaram o caso do direito de veto do servidor público matéria sobre o qual o Supremo já havia se pronunciado em 1989 e que até agora não houve nenhum pronunciamento do Congresso. A respeito do Supremo agora ter fixado uma nova orientação não houve ainda uma decisão do Congresso sobre essa matéria. O Supremo Tribunal Federal em caso como esses tem sido cauteloso. Ele não inventou a mod. Ele apenas limitou a dizer que a lei de greve, aprovada pelo Congresso, sobre os empregados privados em geral seria aplicável também aos servidores públicos com os ajustes necessários que cada instância entendesse cabíveis. Portanto, o próprio Tribunal quando adota uma sentença aditiva tem tido a cautela de adotar aquele entendimento que o Congresso já, pelo menos nas suas linhas básicas, adotara. Então, eu tenho a impressão de que todos nós estamos muito cuidadosos e repressivos. O Supremo Tribunal Federal é muito respeitoso com as funções do Congresso Nacional. Eu tenho nos meus pronunciamentos que não há democracia sem atividade do Poder Legislativo, sem atividade política e sem políticos. Nós cansamos de destacar e essas são as premissas básicas das nossas relações.
Eu queria retornar essa questão da PEC dos Vereadores. Há uma nova expectativa em relação a este tema. Se o mandato de segurança do Senado já chegou e se há uma perspectiva de definir essa questão ainda neste ano e ainda sobre esse assunto, nesse caso o Supremo estaria definindo um assunto que deveria ser definido pelo Congresso Nacional?
Gilmar Mendes – Bem, os senhores sabem, isso é um pouco óbvio , o Supremo não sai aí pelas ruas buscando as demandas. Em geral, ele só atua por provocação e em matéria, por exemplo, de conflito político em geral é um dos contendores que, não contente, traz o tema ao STF. Inclusive não se cansava de observar que a judicialização da política decorre das desinteligências dos próprios políticos. Então nós temos aí um exemplo claro – não estou emitindo juízo de valor, mas fazendo um juízo de constatação, isso ocorre também com as ADIs, quando os partidos políticos com representação no Congresso Nacional trazem o tema ao STF. Acho que é normal quando há controvérsia sobre processo legislativo é possível haver judicialização porque nesses temas não há questão interna corporis, mas eu não conheço ainda. Só sei que haverá essa opção do mandado de segurança e só a partir daí é que nós vamos poder ter uma avaliação.
O senhor recebeu algumas críticas este ano de que estaria falando demais enquanto deveria estar preso ao pronunciamento judicial. O senhor faz uma auto-reflexão a respeito desse tema? E qual a sua auto-avaliação? O senhor realmente acabou extrapolando nos assuntos tratados em entrevistas? A segunda pergunta é: o senhor fez críticas a respeito da espetacularização da Polícia Federal. Do meio do ano para cá o senhor vê algum tipo de mudança na atitude da polícia? Gilmar Mendes - Quanto às críticas eu tenho impressão de que elas são sempre constantes. Não me consta que eu tenha me pronunciado sobre questões judiciais que estivessem submetidas ao tribunal pelo menos questões que já não tivessem posições, que as posições já não fossem conhecidas. Algumas das advertências que fiz, fiz na condição de presidente do tribunal, de fato pronunciando sobre questões institucionais relevantes, questões preocupantes, por exemplo, para o Estado de Direito. Quando falei, por exemplo, em ameaça do estado policial, da necessidade de uma nova lei de abuso de autoridade. Tanto é que o governo mesmo se curvou a essa realidade. Não acho, portanto, que tenha falado demais. Talvez tenha havido muitas condições para que eu me pronunciasse, portanto tendo em vista as situações que se colocaram. E, infelizmente também em relação aos meus temores, eu não errei. Aquilo que eu apontara, por exemplo, quanto ao estado policial era pior e mais gravedo que eu imaginara e que todos nós imaginávamos. Mistura de ABIN com Polícia Federal, por exemplo, nós não sabíamos disso quando começamos a discussão, que havia um total descontrole nesta seara, que de fato poderia se constituir uma verdadeira ameaça para a cidadania em geral. Está se criando um super sistema e de forma anárquica. Portanto aqueles fatos revelados que levaram ao afastamento do diretor da ABIN foram realmente pretexto, os fatos agora revelados – aquilo que se tem conhecimento e certamente não temos conhecimento de tudo –, e os fatos são extremamente graves, de desvio das duas instituições. Sobre a outra pergunta, os senhores podem apelar para a sua própria sensibilidade. Eu tenho impressão que isso mudou e eu não recuso os méritos.
Outro tema que foi discutido durante o ano, envolvendo o Supremo e o Congresso, a questão de edição de medidas provisórias. Termina o ano e o Congresso não regulamentou a edição desse instrumento. Eu gostaria de saber do senhor por que o senhor acha que isso não ocorreu e se o risco de que em 2009 se repita a edição de várias medidas provisórias ?
Gilmar Mendes - Bem, os senhores viram que o STF se pronunciou em pelo menos duas ocasiões, contra a edição de Medidas Provisórias, principalmente aquelas dos créditos extraordinários. Já foi uma limitação significativa imposta àquilo que nós chamamos abusos na edição das medidas provisórias. E o Congresso está tentando corrigir este fenômeno, que é o trancamento de pauta que, com o número excessivo de medidas provisórias, levam a um trancamento contínuo da pauta do Congresso Nacional, a expropriação de sua agenda. Tenho impressão que, não sei se o modelo que se está a desenhar é o adequado, mas foi aquele que se conseguiu votar. E é muito provável, não sei se a Câmara já concluiu essa votação, e é muito provável que isso vá ao Senado, possa ter ou não o aperfeiçoamento, já é um passo significativo no sentido da sua disciplina, da sua nova regulação, que é necessária. O modelo atual está exaurido. Já disso isso outras vezes. E talvez, independentemente das alterações no plano constitucional, o Executivo e o Legislativo pudessem encontrar uma agenda comum em matéria de medidas provisórias, evitando a edição de MPs em assuntos banais, e o Congresso, por sua vez, também, encontrando um dado procedimento para atender às demandas, especialmente aquelas de urgência, mas não de urgência urgentíssima, matéria que pode ser regulada por lei. Então, nós temos aqui um desafio: de um lado, não se trata de satanizar as medidas provisórias, como um mal em si mesmo; elas muitas vezes são necessárias e imprescindíveis, como nós vimos aí, no quadro de crise internacional manifestada.
Como que o senhor responde ao volume de blogs e comunidades que fazem críticas abertas ao senhor? E uma segunda pergunta: Como que o senhor analisa as críticas em relação à sua defesa das garantias individuais?
Gilmar Mendes - Bem, esse é um novo mundo, esse dos blogs e das comunidades. Eu fiquei surpreso quando agora ia falar na TV Cultura, no Roda Viva, e havia um manifesto correndo na internet para que fossem feitas determinadas perguntas. Algumas delas, inclusive, extramente tolas e irresponsáveis. Uma delas chegou a ser formulada, e foi produzida a partir de uma dessas revistas, uma dessas publicações financiada por dinheiro do estado, que não se mantém senão com dinheiro de todos nós – um aparelho hoje de estado e de partido. Que mais de 30 ações não teriam chegado à primeira instância contra o meu irmão – surgiu essa pergunta a partir de uma informação. Como se, para quem, no jardim de infância jurídico, diz que a minha influência seria tanta que as ações não chegaram à primeira instância. Vejam o absurdo, portanto. Algum jornalista escreve isso, e isso – uma matéria de capa de uma revista, e isso depois ocupa esses blogueiros profissionais, talvez, inclusive, envolvidos em uma guerra comercial. Se diz que essas manifestações se reproduzem por técnicas, sabe-se lá se essas pessoas existem mesmo? Tantos que se manifestam? Hoje com a técnica de informática se pode fazer esse tipo de coisa. E sim, inclusive, democratas convictos. Por exemplo, nessa minha presença na TV Cultura, eles ficaram discutindo os entrevistadores, a ideologia dos entrevistadores. Em geral vocês não vêem isso em relação a tantos programas. Há mais do que isso: ensaiaram, e eu estive lá, chamaram as pessoas para um manifesto, para um protesto pela minha ida à TV Cultura. Veja que gente com perfil democrático. Mas eu até tranqüilizei o Paulo Markun, ele que estava um tanto o quanto preocupado como que eu entraria lá se houvesse protestos. Essas pessoas não existem, são pessoas de ficção na maioria delas. Eu disse, esses protestantes, esses protestadores, Markun, não conseguem encher uma kombi. E era verdade, não apareceu ninguém, apesar dessa conversa fiada, quer dizer, nós temos aí acho que gente metida em guerra comercial, incomodada com decisões do Tribunal, e estão querendo criar esse tipo de movimento. Alguns deles impressionam. Mas nós todos que somos profissionais, que estamos na vida pública, sabemos que eles não têm qualquer qualificação.Quanto às garantias dos direitos individuais, cremos que estamos dando boas e adequadas respostas. Não há nenhuma dúvida quanto ao bom trabalho que o Tribunal vem fazendo. E eu não me canso de repetir: Um Tribunal como o STF é importante não só pelo que ele faz e pelo o que ele manda fazer, mas sobretudo pelo que ele inibe que se faça. É esse o nosso trabalho, inibir prisões preventivas ilegais, porque a pessoa sabe que ela vai ser cassada aqui. Inibir abuso de interceptação telefônica, porque nós vamos considerar ilegal. Até porque nós não podemos tratar de todos os casos. É isso que eu tenho chamado de uma pedagogia dos direitos fundamentais. Agora, quanto a dizer-se, por exemplo, que a situação A e B, que foi decidida desta ou daquela forma – os casos têm que ser levados na devida conta tendo em vistas as peculiaridades. Nós só podemos comparar as atividades do próprio Tribunal. Nós não podemos, por exemplo, comparar uma decisão do Tribunal com uma decisão do juiz de primeiro grau. Nós não podemos fazê-lo para apontar uma eventual incongruência. E como eu disse também, está desmentida cabalmente essa idéia de justiça de classe. Os senhores que acompanham o STF sabem que é absolutamente improcedente a acusação quanto a uma justiça de classe. O que que nós podemos ter é insuficiência de provocação, pessoas que estão sendo atingidas mas que não têm advogados, que não têm assistência jurídica adequada. Isto é da nossa responsabilidade? Em parte até poderia ser, e nós estamos tentando, no CNJ, resolver essa questão, em parte, também, com o voluntariado, mas isto é de responsabilidade de todos, especialmente do Executivo.
O senhor falou de PF. Eu queria saber se o senhor acha que existe algum outro abuso que esteja sendo cometido, e se o senhor acha se combater abuso da PF foi uma pauta política do senhor (política no sentido não político-partidária), o senhor acha que existe uma nova pauta para este ano de 2009? E se poderia ser cometer abusos do próprio judiciário quando decreta essas prisões que depois caem.
Gilmar Mendes - Em geral nós estamos fazendo isso. Quando se concede habeas corpus, não é contra o ato da polícia, mas contra ato de juiz. Quando a matéria sobre até o STF, em geral a gente está discutindo a prisão provisória, o ato do recebimento da denúncia. Em geral esse controle vem sendo feito. Nós estamos discutindo, no CNJ, estamos abrindo um diálogo com os juizes criminais e com as varas de execução criminal, também, no sentido de uma análise de procedimentos, tendo em vista essas situações a que já nos referimos, presos que ficam por muito tempo, além do tempo devido, seja na prisão provisória, seja na prisão definitiva, após sentença. Só para os senhores terem uma idéia, no Maranhão – esses dados depois podem ser distribuídos –, encontramos um preso que já havia cumprido a pena a mais de quatro anos. É uma situação vergonhosa. Nós estamos com presos, no Piauí, há mais de dois anos preso, com base apenas no inquérito – prisão provisória. Então, nós estamos realmente enfrentando essas questões.
Bem, no mais eu gostaria de agradecer a parceria, o trabalho que nós tivemos este ano, e desejar a todos vocês um feliz Ano Novo e um Feliz Natal.
Muito obrigado.

sábado, 20 de dezembro de 2008

A INFORMÁTICA REVOLUCIONANDO O JUDICIÁRIO


O Superior Tribunal de Justiça (STJ) encerra o ano judiciário de 2008 com aproximadamente 345 mil processos julgados. O foco principal do Tribunal, segundo o presidente, ministro Cesar Asfor Rocha, foi a sua preparação para o processo eletrônico, começando pela adequação do sistema informatizado, da força de trabalho, da estrutura orgânica e de procedimentos correlatos, como a intimação eletrônica. O presidente manifestou sua preocupação com o enorme volume de processos que chega ao STJ e afirmou que cresce exponencialmente. Em 2007, foram julgados 328 mil processos e em 2008, aproximadamente, 345 mil. “Dessa forma, concentramos esforços desde setembro último no sentido de modernizar procedimentos, aumentar a capacidade produtiva e agilizar o trâmite processual”, ressaltou. Segundo o presidente do STJ, a partir de 2009, os processos eletrônicos serão uma realidade no Tribunal. O processo já se iniciou com a digitalização de quatro mil recursos extraordinários que foram sobrestados enquanto aguardam decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa iniciativa representa economia significativa de papel, melhor utilização de recursos financeiros e de pessoal, além de agilidade no trâmite das ações. O acesso de advogados e partes aos autos dos recursos também ficará mais fácil, pois poderá ser feito pelo site do STJ, vinte e quatro horas por dia. Outro ponto destacado pelo ministro foi o desenvolvimento de um sistema voltado à intimação eletrônica. “A intenção é implantar a intimação eletrônica, no próximo biênio, com todos os órgãos públicos, objetivando uma tramitação mais rápida e segura”, assinalou. Somadas a essa preocupação com o processo eletrônico, existem várias iniciativas nos procedimentos internos do Tribunal como o Programa de Responsabilidade Socioambiental, ações sócio-educativas destinadas aos estudantes e aos idosos, o incremento da força de trabalho, além de sua atuação externa. “Todas essas iniciativas demonstram o quanto o STJ está empenhado em prestar uma justiça rápida, acessível e efetiva, consolidando-se como o Tribunal da Cidadania”, afirmou o presidente Cesar Rocha. ProcessosNeste ano, a quantidade de processos julgados foi 4,76% maior que a do ano passado: 344.093 processos em 2008 contra 328.447 em 2007. Desse total, 254.058 foram decididos monocraticamente (individualmente) e 90.035 nas 454 sessões realizadas durante o ano. Foram recebidos 272.374 processos – contra 296.678 em 2007 -, 267.693 distribuídos – em 2007 foram 307.884 – e 90.142 acórdãos publicados – contra 65.126 no ano passado. A média de processos julgados por ministro subiu de 11.836 em 2007 para 12.035 em 2008. O trabalho da presidência do Tribunal também foi expressivo, de janeiro a dezembro, o ministro presidente proferiu 43.217 decisões e despachos – em 2007 foram 39.443 – e o vice-presidente realizou 5.032 despachos e decisões, contra 3.738 registrado no ano passado. O balanço foi divulgado durante a sessão da Corte Especial realizada nesta sexta-feira (19), que marcou o encerramento do ano forense.
Coordenadoria de Editoria e Imprensa

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

EDITAL DA MAGISTRATURA NO PIAUÍ SÓ ANO QUE VEM! DECIDIU O STF


O concurso público para o cargo de juiz substituto no Piauí ainda não terá o edital publicado este ano. Ontem, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) negou três mandados de segurança que solicitavam a realização do certame. A decisão de cancelamento da seleção de magistrados substitutos partiu do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) após verificar várias falhas no edital.
Conforme o relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, depois de já iniciado o processo seletivo, o edital questionado nesta ação redefiniu o edital inicial (Edital 01/2007), mudando a forma como seriam escolhidos os convocados para prosseguir no certame, após a realização da prova de múltipla escolha e da prova subjetiva. Para o ministro, não se pode alterar as regras de um concurso durante sua realização.
Por essa razão, o CNJ agiu dentro de sua competência, prevista na Constituição Federal, de fiscalizar os atos administrativos do poder Judiciário, concluiu o ministro. Acompanharam o relator as ministras Cármen Lúcia Antunes Rocha e Ellen Gracie e os ministros Eros Grau, Carlos Ayres Britto e Celso de Mello.
A ministra Cármen Lúcia frisou que o edital é a lei do concurso. “O candidato não pode ser surpreendido durante o concurso”, disse ela.

CÂMARA BARRA POUCA VERGONHA QUE É A PEC DOS VEREADORES


Durou menos de um dia a esperança de pelo menos 115 suplentes de vereador no Piauí assumir o mandato a partir de primeiro de janeiro. A mesa diretora da Câmara Federal decidiu, no início da tarde de ontem, que não permitirá a promulgação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que aumenta as vagas para vereadores em todo o país. Doze horas antes, o Senado tinha aprovado a emenda com 58 votos a favor, cinco contra e uma abstenção.
A decisão foi tomada porque o Senado retirou da proposta um dispositivo que reduzia o repasse de recursos para as câmaras municipais.
De acordo com o vice presidente da Câmara, Inocêncio Oliveira (PR-PE), não será aceito o aumento do número de vereadores sem a redução dos gastos.
“O que a Câmara votou não foi aprovado pelo Senado. A Câmara vai votar de novo e nós aumentaríamos as vagas só para o próximo mandato”, disse.
Na aprovação, os senadores retiraram o dispositivo sobre o gasto, mas mantiveram o texto dos deputados no tocante ao aumento de 7.343 vagas para vereadores em todo o país. Como uma mesma parte do texto foi votada nas duas Casas, seria possível promulgar este trecho alterando a Constituição.
A pressa para a promulgação se deve à possibilidade de que a criação destas vagas pudesse ser aplicada já nas eleições realizadas em outubro.
“Alegria de pobre dura pouco”, declarou a imprensa o deputado Marcelo Castro (PMDB), que torcia pela promulgação da PEC para que o correligionário Inácio Carvalho assumisse uma das oito vagas que serão criadas na Câmara de Vereadores de Teresina. Inácio é atualmente vereador da capital, mas não obteve a reeleição no pleito de cinco de outubro. Ele ficou na segunda suplência da coligação “Teresina quer muito mais”, encabeçada pelo PT.
O presidente da Associação de Vereadores do Piauí (Avep), José Peres, falou que vai procurar outras entidades de classe, em todo o país, para pressionar tanto o Congresso quanto o Superior Tribunal Eleitoral (TSE) a promulgar a PEC e validá-la já esse ano. “Vamos a luta, porque a aprovação da Emenda é uma vitória nossa”, disse, segundo ele a PEC veio fazer justiça com os municípios. “Antes, cidades com até cinco mil habitantes e 40 mil tinha uma câmara composta por apenas nove vereadores, e isso está errado”, justificou.
No Piauí, a PEC cria 115 novas vagas em 37 municípios.
Parnaíba e Teresina são as cidades que mais terão novas cadeiras: oito em cada uma delas. Na capital a expectativa pela promulgação e validade da PEC esse ano é grande: três vereadores que não conseguiram se reeleger estão na lista de suplentes para serem chamados, caso passe a emenda. Além desses, outros que chegaram perto de entrar, como Dino Pereira (PC do B) e Dudu (PT), também serão beneficiados

TJ DE RORAIMA FARÁ ENTERRO SIMBÓLICO DE PROCESSOS EM PAPEL!


Até o final do próximo mês de fevereiro, o Tribunal de Justiça de Roraima fará um enterro simbólico do processo de papel para comemorar o funcionamento 100% digital dos processos que dão entrada no Judiciário. Em janeiro, o sistema Justiça Virtual completará dois anos que foi implantado em Roraima.
O Estado foi um dos pioneiros na implantação da justiça digital, começando pelos Juizados Especiais. Logo em seguida, o processo de informatização foi implantado nas varas cíveis, nos cartórios extrajudiciais e nas varas da Fazenda. Segundo o presidente do TJRR, desembargador Robério Nunes, atualmente o sistema digital está em implantação nas varas criminais e nas comarcas do interior.
A maior vantagem da Justiça Digital, na avaliação do magistrado é a economia de tempo. "O objetivo é encurtar o trâmite do processo entre o ajuizamento da ação e a sentença final. Além disso, ao dar celeridade à tramitação de documentos internos ocorre também uma diminuição nos custos", explica.
Conforme o relatório do Sistema Projudi, de janeiro de 2007 até dezembro, já foram distribuídos pela justiça digital um total de 18.486 processos, sendo que 11.578 estão ativos e 6.908 já foram arquivados contando com uma balança judiciária de 37 %.
Nesse período, foram registradas mais de oito mil sentenças proferidas, aproximadamente 37 mil despachos, cerca de 4,7 mil tutelas antecipadas, mais de 14,8 mil audiências de conciliação realizadas, totalizando cerca de 53 mil movimentações realizadas pelos magistrados.
Quanto ao tempo médio de tramitação de um processo nas Varas e Juizados Especiais, está em 130 dias, em alguns casos chegado a seis dias, quando se trata de processos de habilitação de casamento. "Nas Varas Cíveis em que o trâmite levava de dois a três anos é um ganho de tempo impressionante", ressalta o desembargador.
Apesar das resistências que geralmente antecedem a qualquer mudança, hoje as partes envolvidas nos processos judiciais já começam a aceitar melhor esse processo de informatização.
"Tivemos a oportunidade de demonstrar as grandes vantagens e principalmente provar que o maior beneficiário seria a parte e o advogado, porque diminui o tempo e o trabalho", lembra, ressaltando que a própria OAB criou uma comissão para acompanhar a implantação do Projudi e vem colaborando com o Poder Judiciário. A Defensoria, o Ministério Público e Procuradoria são parceiros nossos também", disse o presidente.
Fonte: Assessoria de Comunicação do TJ

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

PROFESSORES NÃO DEVERÃO GANHAR MENOS QUE R$ 950,00 DECIDIU O STF


Depois de mais de três horas de discussões, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu, na tarde desta quarta-feira (17), o julgamento de liminar na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4167, ajuizada na Corte por cinco governadores contra a Lei 11.738/08, que instituiu o piso nacional dos professores de ensino básico das escolas públicas brasileiras.
Os ministros definiram que o termo “piso” a que se refere a norma em seu artigo 2º deve ser entendido como a remuneração mínima a ser recebida pelos professores. Assim, até que o Supremo analise a constitucionalidade da norma, na decisão de mérito, os professores das escolas públicas terão a garantia de não ganhar abaixo de R$ 950,00, somados aí o vencimento básico (salário) e as gratificações e vantagens. Esse entendimento deverá ser mantido até o julgamento final da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4167.
A seguir, por maioria, os ministros concluíram pela suspensão do parágrafo 4º do artigo 2º da lei, que determina o cumprimento de, no máximo, 2/3 da carga dos magistrados para desempenho de atividades em sala de aula. No entanto, continua valendo a jornada de 40 horas semanais de trabalho, prevista no parágrafo 1º do mesmo artigo. A suspensão vale, também, até o julgamento final da ação pelo STF.
Por fim, os ministros reconheceram que o piso instituído pela lei passa a valer já em 1º de janeiro de 2009.
Votos
O relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, votou pela improcedência integral do pedido de liminar feito pelos governadores do Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará.
Segundo o ministro, a lei visa prover meios para alcançar a redução de desigualdades regionais e a melhoria da qualidade de ensino na medida em que possibilita o aperfeiçoamento técnico dos professores, tempo para preparo de aulas e correção de provas. Numa análise inicial, a lei não apresenta conflito aparente com a Constituição Federal, concluiu o relator.
Divergências pontuais
O ministro Carlos Alberto Menezes Direito divergiu do relator em alguns pontos. Ele disse que seria importante o Supremo reconhecer, ao menos cautelarmente, que a expressão “piso”, mencionada na lei, corresponda à remuneração mínima a ser recebida pelos professores públicos brasileiros, até que o Supremo julgue a questão em definitivo. É como a Constituição Federal entende a expressão piso, uma “garantia mínima”, completou o ministro Cezar Peluso, que acompanhou o voto de Menezes Direito.
Neste ponto, o ministro foi acompanhado, além de Peluso, pelos ministros Eros Grau, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes.
Carga horária
O ministro abriu a divergência do relator quanto ao parágrafo 4º do artigo 2º, que dispõe sobre a carga horária a ser cumprida dentro sala de aula. Ao definir que em todos os municípios os professores deverão ficar 33,3% de sua jornada de trabalho fora de sala, em atividade de planejamento, a lei teria uma conseqüência imediata, que seria a necessidade dos estados e municípios contratarem mais professores. Para o ministro, este fundamento configura o ‘periculum in mora’ (perigo na demora) que justifica a concessão da cautelar, para suspender esse dispositivo específico.
Nesse ponto Menezes Direito foi acompanhado pelos ministros Cármen Lúcia, Eros Grau, Cezar Peluso e Gilmar Mendes.
Mas o ministro Menezes Direito concordou com o relator sobre a perfeita harmonia dos principais pontos da Lei com a Constituição Federal. Ele disse não ver inconstitucionalidade na fixação de um piso nacional para o magistério, “até porque isso é uma disposição constitucional expressa”, frisou o ministro Menezes Direito.
Ele fez questão de salientar seu entendimento sobre a importância dessa lei. Ele ressaltou que a lei tem por objetivo fortalecer a educação brasileira pela valorização do professor. Não se pode falar em avanço na educação sem a valorização do magistério, complementou Carlos Ayres Britto. Nesse mesmo sentido manifestaram-se o também os ministros Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Eros Grau.
MB/LF

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

CNJ EM TERESINA! CONFIRA!


Acontece desde a última segunda-feira (08) e se estende até a próxima sexta-feira (19), o Mutirão Carcerário do Piauí. No mutirão estão sendo analisados os processos dos presos que tiveram o prazo da prisão extrapolada. A meta é que sejam analisados ao todo 1.200 processos. Essa análise será feita por 60 magistrados.
O coordenador geral do Mutirão, Dr. Antônio Lopes, afirma que até o momento já foram analisados mais de 500 processos, e que 10% da população carcerária do estado foi liberada, uma vez que os mesmos já haviam cumprido o prazo da pena. Isso significa que 130 presos provisórios já foram soltos.

O magistrado fala sobre a demora na análise desses processos. “Há poucos juízes para muitos presos. A demanda de processos é muito grande, e acaba sobrecarregando o trabalho dos juízes".

Para os juízes auxiliares da Presidência do CNJ, Erivaldo Santos e Paulo Tamburini, o mutirão em Teresina está assegurando a efetiva aplicação Constituição Federal, da Lei de Execuções Penais e do Código de Processo Penal. "Isso impede a manutenção na cadeia de presos que já deveriam estar em liberdade, seja por excesso de prazo na instrução do processo, seja pela natureza do crime, que não justifica o encarceramento", afirma Erivaldo Santos. "O trabalho assegura ainda os direitos da Lei de Execução Penal àqueles que atendem aos seus requisitos objetivos e subjetivos", acrescenta Paulo Tamburini.

Conselho Naiconal de Justiça manda suspender audiências

O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) determinou a suspenção das audiências durante o mutirão. A mudança no procedimento adotado foi para agilizar os trabalhos, as audiências estavam lentas, atrapalhando o objetivo do mutirão, que é promover a celeridade nos julgamentos.

Presidente do TJ e juizes do CNJ concedem coletiva à imprensa na quinta-feira

O desembargador Raimundo Nonato da Costa Alencar, presidente do TJ-PI, e os juizes representantes do CNJ Erisvaldo Santos e Paulo de Tarso Tamborini, que estão em Teresina, concedem entrevista coletiva à imprensa na próxima quinta-feira (18), para fazer um balanço do mutirão. O horário ainda não foi definido.STF se pronuncia na quarta sobre concurso para juiz do TJ

Nós estamos aguardando o Supremo Tribunal Federal (STF) se pronunciar acerca do concurso”. Segundo o Dr. Antônio Lopes, houve um concurso para juiz no Estado, mas os aprovados não foram empossados por que um dos candidatos entrou com recurso junto ao STF. A decisão é para sair na próxima quarta-feira (17). O coordenador afirma ainda que o trabalho dos juízes no Mutirão tem sido intenso, eles trabalham das 8h às 18h sem interrupção. O objetivo é analisar todos os 1.200 processos até a próxima sexta-feira

STF CONFIRMA DECISÃO DO TSE E CASSA DEPUTADO!


O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou hoje que seja cumprida imediatamente a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de cassar o mandato do deputado Walter Correia Brito Neto (PRB-PB) por troca de partido. A votação no STF foi unânime em favor da decisão do TSE, tomada em fevereiro, que cassava o mandato do deputado por desfiliação sem justa causa do DEM.
Segundo o site do STF, a Segunda Turma do tribunal também determinou que a decisão seja comunicada ao TSE e à Câmara dos Deputados. O deputado assumiu como suplente de Ronaldo Cunha Lima (PSDB-PB), que renunciou ao mandato cinco dias antes de o STF julgar ação penal em que é acusado de tentativa de homicídio contra o ex-governador da Paraíba Tarcísio Burity (PMDB).
O cumprimento da decisão do TSE pela Câmara foi o centro de embates entre o DEM, o presidente da Câmara, deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), e o presidente do tribunal, Carlos Ayres Britto. O presidente do TSE cobrou a cassação de Brito Neto, mas Chinaglia resistiu, provocando uma troca de acusações e críticas públicas. Já a Executiva do DEM ameaçou entrar com ação na Justiça contra Chinaglia, acusando-o de crime de responsabilidade se não determinasse a posse de um suplente do deputado Walter Brito Neto.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

PRINCÍPIO DA BAGATELA! QUAL A POSIÇÃO DOS MAGISTRADOS?


Seria justo alguém ser preso pelo furto de uma capa e de um recarregador de celular no valor de R$ 50 ou ser condenado pelo furto de um boné no valor de R$ 30? Dilemas como esses chegam constantemente à Justiça e desafiam magistrados na aplicação de um princípio polêmico que é conhecido no universo jurídico como o da bagatela ou da insignificância. Bagatela seria uma ninharia, um ataque ao bem jurídico que não requer nenhuma intervenção do Poder Público. Ela surge, de acordo com os estudiosos Maurício Macedo dos Santos e Viviane Amaral, de forma significativa na Europa a partir do século passado, em meio a crises sociais decorrentes de duas grandes guerras. “O excessivo desemprego e a falta de alimentos, dentre outros fatores, provocaram um surto de pequenos furtos e subtrações de mínima relevância que receberam o nome de “criminalidade de bagatela”. Seria a clara situação que motivou o Superior Tribunal de Justiça (STJ) a conceder o habeas-corpus a uma empregada doméstica que ficou presa 128 dias pelo furto de um pote de manteiga no valor de R$ 3,10 em um mercado da capital paulista. No caso, entre os motivos que justificavam a prisão na instância inferior, estava a intranqüilidade causada pelos pequenos furtos que assolavam a cidade. A punição deveria servir como exemplo a outros que se atrevessem a fazer o mesmo. O relator, ministro Paulo Gallotti entendeu à época que a empregada era vítima de um perverso quadro social que não oferece oportunidades concretas de uma vida digna a ela nem a milhões de outros brasileiros. Esse perverso sistema talvez também tenha sido o motivo que fez dois homens levarem de um frigorífico seis frangos no valor de R$ 3,50 cada. O STJ concedeu-lhes habeas-corpus com base no princípio da bagatela. Furto de supérfluos O caso da empregada é de relativa e fácil aplicação do princípio da bagatela, por se referir a um valor ínfimo e por se tratar de furto de alimentos. Contudo, chegam casos relativos a furtos de bens supérfluos que em nada justificaria a prática. É o caso, por exemplo, de uma senhora que levou oito frascos de creme hidratante de um supermercado, caso de um processo levado ao julgamento da Quinta Turma. Nesse julgamento, apesar da concessão do habeas-corpus, ficou clara a falta de consenso dos ministros em relação ao tema, que é polêmico devido à falta de parâmetros específicos do que se entenderia por bagatela. A questão é decidida caso a caso, mas baseada no bom-senso dos magistrados. O ministro do STJ Napoleão Nunes Maia Filho demonstrou preocupação em relação a esse princípio, exatamente pelo temor de vê-lo funcionar como um exercício para uma pessoa começar a praticar grandes furtos. Um dos fatos que torna a aplicação do princípio da bagatela controvertido é que nem sempre os autos chegam instruídos com elementos acerca do estado de necessidade do réu ou da comprovação da não-reincidência da infração. Em novembro passado, a Quinta Turma anulou uma decisão que condenou um rapaz de São Paulo pelo furto de um boné no valor de R$ 30. A pena inicial foi imposta em cinco anos e quatro meses de reclusão em regime inicial semi-aberto. O Tribunal de Justiça de São Paulo desclassificou a conduta para furto qualificado e fixou a pena em dois anos de reclusão, substituída por prestação de serviços à comunidade. No STJ foi aplicado o princípio da bagatela. Para a relatora do caso, ministra Laurita Vaz, a ação pode ser considerada irrelevante para a esfera penal, sobretudo porque o fato não causou qualquer conseqüência danosa. O bem foi restituído à vítima e o evento não produziu nenhuma ofensa aos bens jurídicos tutelados. Maus antecedentes não evitam a aplicação do princípioNo universo das bagatelas, um bem de valor insignificante não é o mesmo que um bem de pequeno valor. O último recebe a penalidade prevista pelo parágrafo 2º do artigo 155 do Código Penal. Se o bem furtado apresentar “pequeno valor”, segundo uma decisão da Quinta Turma, a ação penal deve prosseguir normalmente. Foi o caso em que a Quinta Turma manteve a condenação de uma pessoa que furtou um talão de cheque no valor de R$ 60,00. Foi a situação também de uma pessoa que levou uma garrafa de uísque de um supermercado. Ao contrário desses crimes considerados de pequeno valor, a Sexta Turma do STJ aplica o princípio da bagatela quando não há ofensa ao bem jurídico da vítima. Dessa forma, absolveu um homem que furtou um recarregador e uma capa de celular nos supermercados Carrefour, crime considerado de bagatela. Ele havia sido condenado a pouco mais de um ano de prisão em regime fechado pela tentativa de furto.Os ministros consideraram que o valor dos bens, cuja soma alcançava R$ 54,60, não causou grandes danos patrimoniais ao supermercado. Se houve prejuízo, ele deveria ser reparado na esfera civil. A situação econômica da vítima é condição determinante para a aplicação do princípio da bagatela. Mas quase não se questiona a reincidência de quem cometeu o “delito”. Um importante julgamento dividiu os ministros (HC 96929; Resp 827960) da Sexta Turma e fixou o entendimento de que maus antecedentes não impedem a aplicação do princípio da insignificância. A Sexta Turma inocentou um homem que também furtou um boné e, por isso, tinha sido condenado a um ano e seis meses de reclusão pela Justiça de Mato Grosso do Sul. De acordo com a relatora desse caso, desembargadora convocada Jane Silva, pode ser aplicado o princípio da insignificância ainda que o acusado tenha maus antecedentes. A punição deve ter relação com o valor da conduta e com a lesão sofrida pela vítima. “O uso de dados pessoais seria aplicação inaceitável do que se chama direito penal do autor e não do ato, em que a decisão não está voltada ao fato, mas à pessoa [pelo que ela é]”. Significa que a punição deva ter relação com a conduta, e não com a pessoa. A relatora concluiu na ocasião que não é finalidade do Estado encher cadeias por condutas sem maior significância que não colocariam em risco a sociedade. Esses presos, em contato com criminosos mais perigosos, revoltados, passariam a se aperfeiçoar no crime, o que faria com que retornassem constantemente à cadeia. Bagatela e atos de improbidadePequenos desvios de conduta pública chegaram ao STJ com pedido de aplicação do princípio da insignificância. Entretanto, a Corte tem se posicionado no sentido de que esse princípio não pode ser aplicado para afastar condutas ditas como ímprobas. A Sexta Turma em importante julgamento restabeleceu a condenação de um agente público municipal que utilizou carros e funcionários para fins particulares. O fato ocorreu em um município gaúcho. O Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul entrou com ação civil pública contra o chefe de gabinete do município que usou um carro oficial e o trabalho de três membros da guarda municipal para transportar utensílios e bens particulares. O Tribunal de Justiça do estado havia aplicado o princípio da insignificância, tendo em vista que o dano foi apurado em R$ 8,47, valor do combustível consumido no percurso. O relator no STJ, ministro Herman Benjamim, considerou que o TJ fez uma avaliação ingênua dos fatos praticados pelo agente público. O Tribunal havia quantificado o dano considerando apenas o combustível, sem observar o trabalho dos guardas municipais, o frete e outros casos comprovados. A principal questão, para o ministro, o bem jurídico protegido pela Lei de Improbidade é a moralidade administrativa, não se podendo falar em aplicação do princípio da insignificância a condutas imorais. Num outro caso analisado pelo STJ, um prefeito invocava a aplicação do princípio da bagatela à sua causa. Ele foi condenado a dois anos de reclusão por ter doado a um servidor um conjunto de sofá e três mesinhas avaliado em R$ 400,00 que pertenciam à prefeitura. O STJ negou o pedido com argumento de que o princípio da insignificância não se aplica aos atos de improbidade administrativa.

MAGISTRADO VOLTARÁ PARA CADEIA?


Já está nas mãos do Corregedor Nacional de Justiça, Ministro Gilson Dipp, a cópia do inquérito penal do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que investiga crimes contra a administração pública e um esquema de venda de sentença. A investigação acusa o presidente afastado do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, Frederico Guilherme Pimentel, dois outros desembargadores, um juiz e uma servidora.
O ministro disse que a Corregedoria vai analisar as medidas que serão tomadas no caso, que poderão ser anunciadas amanhã, durante a reunião do Plenário do CNJ. No inquérito, tanto o Ministério Público como a relatora no STJ, a ministra Laurita Vaz, pedem para que a Corregedoria do CNJ analise as eventuais implicações do caso no âmbito administrativo e disciplinar.
MG /SR
Agência CNJ de Notícias

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

CERTIDÕES VIA INTERNET?


De qualquer cidade do mundo e sem sair de casa, os cidadãos já podem solicitar certidões de um dos cartórios do Piauí pela Internet. O estado do Nordeste será o do Brasil a contar com os serviços do Cartório 24 Horas. O sistema, desenvolvido pela Anoreg-BR em parceria com a Anoreg-PI, os Correios e o Tribunal de Justiça do Piauí conta com suporte operacional do Bradesco e proporciona comodidade, rapidez e segurança à população, já que elimina o custo com desperdício de tempo e deslocamento, bem como qualquer burocracia.
O Cartório 24 Horas é um sistema que permite a qualquer pessoa solicitar certidões sem sair de casa, de qualquer parte do país ou do mundo, acessando o site http://www.cartorio24horas.com.br/.

O lançamento do serviço ocorre durante evento que será realizado no dia 16 de dezembro, em Teresina, na sede do Tribunal de Justiça do estado, com a presença de autoridades locais, como o presidente do TJ-PI, o desembargador Raimundo Nonato da Costa Alencar, da presidenta da Associação dos Notários e Registradores do Piauí (Anoreg-PI), Lysia Bucar Lopes de Souza e do presidente da Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg-BR), Rogério Portugal Bacellar.

O sistema foi criado para proporcionar total comodidade, rapidez e segurança à população, eliminando o custo com deslocamentos e desperdício de tempo.

Abrangência

O Piauí é o 23. º estado brasileiro a integrar o sistema. Os outros 22 que também fazem parte desta grande rede são: Alagoas, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Distrito Federal, Paraíba, São Paulo, Paraná, Amazonas, Espírito Santo, Sergipe, Rondônia, Pará, Rio de Janeiro, Maranhão, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Tocantins, Pernambuco e Ceará.

Para a presidenta da Anoreg-PI, Lysia Bucar Lopes de Sousa, a chegada do sistema ao estado do Piauí é uma inovação que trará benefícios para a sociedade local. “Acho que vai ser positivo para os usuários em geral, toda a sociedade do Piauí, que terá acesso quando precisar solicitar certidões pela internet de uma forma mais cômoda e segura”, destaca. Além disso, a doutora Lysia reforça a importância de os cartórios piauienses passarem a fazer parte de uma nova era. “O estado do Piauí entra em uma nova realidade, de modernidade e comodidade para os cidadãos. Enfim, passamos a fazer deste projeto grandioso que é o Cartório 24 Horas, ao lado de outros estados”, completa.

Como funciona

Para utilizar o serviço, basta acessar o site www.cartorio24horas.com.br. O pagamento é efetuado por transferência eletrônica (correntistas Bradesco) ou boleto bancário (pelo home banking ou no caixa do banco). Rogério Portugal Bacellar explica que os usuários residentes no Brasil podem receber a certidão por Sedex ou por carta registrada, em formato digital, ou ainda retirar o documento no próprio cartório. Inicialmente, no caso Piauí, o Sedex é a única forma de postagem, mas em um segundo momento a escolha da forma de recebimento será feita no ato do pedido, no próprio site do Cartório 24 Horas, para os piauienses.

Certidão Digital: tecnologia e credibilidade

A Anoreg-BR está oferecendo a tecnologia da Certificação Digital integrada ao site www.cartorio24horas.com.br. Alguns cartórios já estão recebendo as solicitações de certidões de forma eletrônica e, desde que possuam um certificado digital, poderão assinar as certidões digitalmente e enviá-las aos solicitantes por e-mail. Para incentivar a utilização em meio digital, a Anoreg-BR está iniciando a instalação de Autoridades Registradoras nos estados brasileiros.

A certidão terá a mesma validade jurídica, desde que mantida em arquivo eletrônico, o que implica na aceitação pelo requerente da certidão neste formato (Medida Provisória 2.200-2, de 24 de Agosto de 2001). Bacellar ressalta que a Anoreg-BR tem uma parceria com o Serpro (órgão do governo federal responsável pelo processamento de dados) e é credenciada como Autoridade de Registro. “Muitos cartórios já adquiriram seus certificados e gradativamente estarão sendo cadastrados no Cartório 24 Horas”, explica. Entre os benefícios da certificação digital, ele destaca a redução de custos, maior rapidez na entrega das certidões e eliminação de papel, com ganhos ambientais e segurança.

Grandes usuários

O site do cartório 24 Horas está com novo layout e com várias facilidades para os usuários, entre elas o pedido por lote. Ao acessar o site, o solicitante informa os seus dados e depois pode solicitar certidões de várias naturezas e de diferentes cartórios do estado desejado no mesmo pedido. Se vários pedidos forem de um mesmo cartório, o usuário paga apenas um valor de postagem e uma tarifa bancária pelo serviço, reduzindo significativamente seus custos.

A Central Anoreg-BR do Cartório 24 horas classifica e processa os pedidos, permitindo maior facilidade e economia aos clientes, principalmente grandes usuários, que necessitam de várias certidões. O cliente poderá receber suas certidões inicialmente no estado do Piauí por Sedex, e-mail, ou mesmo retirá-la no balcão do cartório, e na seqüência será disponibilizada a carta registrada.

Atendimento aos clientes residentes no exterior

Os brasileiros que residem fora do país já podem obter certidões de maneira mais rápida, segura e barata. Quem mora em um dos 179 países cadastrados (relação disponível no site) pode solicitar uma certidão pelo site www.cartorio24horas.com.br e receber no exterior, via correspondência E.M.S. (serviço dos Correios para entrega no exterior). Em breve o pagamento poderá ser efetuado via cartão de crédito na própria página do Cartório 24 Horas.

O presidente da Anoreg-BR ressalta a importância do serviço para as embaixadas e consulados brasileiros no exterior e para o cidadão brasileiro que vive fora do país. “As embaixadas e consulados exercem a função de cartórios fora do país, fazendo casamentos, por exemplo, que necessitam de várias certidões para sua realização”, afirma.

Fonte: ASCOM-TJ-PI

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